Levantamento da entidade de assessoria econômica destaca ainda que no Brasil a participação da arrecadação de impostos em relação Produto Interno Bruto (PIB) está em patamares muito abaixo da de países que se importam com o “bem-estar social” da população, que compõem a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Debates sobre temas relevantes organizados pelo Dieese têm ocorrido toda segunda-feira pela manhã.
O discurso neoliberal é tão forte que muita gente desinformada acaba por reproduzí-lo como verdade. No Brasil, por exemplo, a grande mídia, economistas de plantão e políticos do núcleo de poder alardeiam que nossos impostos são altíssimos, que o estado é inchado e haveria um número exagerado de servidores públicos nas três esferas da administração (municípios, estados e União) – o que é mentira, segundo demonstra levantamento feito pelo Departamento Intersindical de Estudos Sociais e Econômicos – Dieese.
Os dados foram apresentados essa semana pela coordenadora técnica do Dieese em Goiás, economista Leila Brito, durante transmissão ao vivo com a participação de dirigentes sindicais. Os estudos mostram que tanto o número de servidores quanto a participação de nossa arrecadação em relação Produto Interno Bruto (PIB) estão em patamares bem abaixo de países que se importam com o “bem-estar social” da população.
No Brasil, informa o Dieese, arrecada-se em impostos atualmente cerca de 35,6% do PIB, enquanto em países que compõem a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a participação da arrecadação é acima de 40%. “Na Dinamarca, por exemplo, são 56%, mesmo percentual da Finlândia”, destaca a economista. O mesmo ocorre quanto ao número de servidores públicos que, no Brasil, são 12,1% do total de ocupados, contra 34,9% na Dinamarca, 34,6% na Noruega, 34% na República Tcheca, 28,1% na Suécia.
Na média, nos países da OCDE os funcionários públicos representam cerca de 22% do total de ocupados. Quase o dobro do Brasil. “Relativamente ao total de vínculos empregatícios, o Serviço Público brasileiro tem uma representação mínima. De forma alguma pode-se afirmar que a nossa máquina pública é inchada, se considerarmos que cabe aos servidores públicos garantir ao povo brasileiro o acesso a políticas públicas e sociais estabelecidas na Constituição Federal de 1988, como saúde, educação, segurança, infraestrutura, Previdência Social, o que requer funcionários qualificados para prestar esses serviços”, ressalta a Leila Brito.
Debates como esse, que ajudam a desmistificar e/ou a desmentir versões sobre qual é a receita adequada para o desenvolvimento econômico do Brasil, vêm ocorrendo desde junho, sempre às segundas feiras pela manhã, em lives organizadas pelo Dieese.
No último, ocorrido dia 10 de agosto, o assunto foi a malfadada proposta de reforma administrativa que vem sendo defendida pelo governo Bolsonaro/Guedes e por parcela da elite do Congresso Nacional, capitaneada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. Participaram vários dirigentes sindicais de entidades filiadas e não filiadas ao Dieese, entre elas a dirigente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social – CNTSS/CUT e do Sintfesp-Go/To, Terezinha Aguiar, a também diretora do sindicato, Gilzeli Sampaio e a membra da Comissão Nacional de Assistentes Sociais da Fenasps, Ângela Brasil.
O objetivo das reuniões remotas, segundo Leila Brito, é possibilitar aos dirigentes sindicais goianos que se capacitem e se apropriem ainda mais de dados e informações para fazerem o embate político necessário.
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