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Ministério Público do Trabalho propõe fórum que reúna trabalhadores e patrões

Participaram da audiência pública promovida pelo MPT-GO dirigentes de cerca de 25 entidades, entre membros do Fórum Goiano contra as Reformas da Previdência e Trabalhista e representantes de seis centrais sindicais. Ideia de formação de um fórum ficou de ser avaliada pelos participantes e consolidada numa próxima audiência.

 

As diretoras do Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde e Previdência nos Estados de Goiás e Tocantins – Sintfesp-Go/To, Terezinha Aguiar e Gilzeli Sampaio, participaram de reunião promovida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT-GO) com entidades, para tratar de liberdade sindical, fortalecimento do movimento sindical e a promoção dos direitos dos trabalhadores.

Participaram dirigentes de cerca de 25 entidades, entre membros do Fórum Goiano contra as Reformas da Previdência e Trabalhista e representantes de seis centrais sindicais. O objetivo do MPT-GO é constituir um fórum que reúna sindicatos de trabalhadores e, talvez, até representantes patronais, segundo a procuradora do Trabalho que coordenou o encontro, Janilda Guimarães. “Queremos buscar interesses comuns, respeitando as diferenças. Ter um relacionamento de auteridade, com confiança”, expressou. A ideia ficou de ser avaliada pelos participantes e será consolidada numa segunda audiência ainda sem data confirmada.

Outro objetivo do encontro foi, também, definir diretrizes para tornar possível a instauração de um procedimento administrativo promocional (PROMO), o qual visa garantir a liberdade e o fortalecimento do movimento sindical e a promoção dos direitos trabalhistas, informa o MPT-GO.

“A ideia é estabelecer estratégias para defesa dos direitos dos trabalhadores frente ao momento de mudanças legislativas”, esclareceu Janilda Guimarães. “Temos recursos que poderão ser alocados para eventos como seminários, workshops e palestras organizadas em parceria com os sindicatos, centrais sindicais e federações”, explicou.

A audiência também abriu espaço para que os presentes pudessem expressar suas opiniões e dúvidas em relação aos desafios que os sindicatos enfrentam atualmente. A secretária-geral da Central Única dos Trabalhadores de Goiás (CUT-GO) e diretora do Sintfesp, Terezinha Aguiar, elogiou a iniciativa do MPT-GO em estabelecer diálogo com os sindicatos e destacou a importância da atividade das entidades, que são fundamentais na garantia dos direitos dos trabalhadores. Teca, como é conhecida no meio sindical, afirma que somente com a união é possível enfrentar o momento atual, de crise e retirada de direitos da população. “Precisamos superar a maldade que o governo Temer e seus aliados têm feito contra os trabalhadores”, concluiu.

Interesses comuns

Em sua exposição aos sindicalistas a procuradora do Trabalho, Janilda Guimarães afirmou que o Ministério Público do Trabalho (MPT-GO), por meio do diálogo, quer proximidade com o movimento sindical. “Queremos buscar interesses comuns, respeitando as diferenças. Ter um relacionamento de auteridade, com confiança”, expressou.

Ela aponta que os desafios do movimento sindical são enormes. “Temos a quarta revolução industrial, seríssima. A população não sabe o que está ocorrendo na macroeconomia. Não tem ideia dos movimentos na Europa e EUA”.

A procuradora considera que para enfrentar e, quiçá, superar o difícil cenário, os sindicatos haverão de mudar sua postura, inclusive ética. “Nós precisamos de informação, de qualificação, de mudança de postura, inclusive ética. Em nossa sociedade, não são só os políticos que têm problemas éticos. Os sindicatos também estão inclusos aí. Vejo isso em todos os grupos sociais. Então a mudança tem que começar por nós”, avalia.

Janilda cita Homero Reis para ressaltar que essa mudança precisa começar pelos próprios sindicalistas. “O movimento sindical precisa mudar dentro dele próprio. Cada um de nós tem algo a evoluir. Temos que ser rigorosos quanto a isso”, destaca.

Ela reforça a opinião recorrendo a outro estudioso, Antônio Augusto de Queiroz, do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar, do DIAP, que em artigo afirma que movimento sindical necessita desenvolver novas habilidades, ter consciência plena de seu domínio, se comunicar com eficiência com seus representados, liderar pelo exemplo e não pelos discursos. “Se o movimento sindical não conseguir olhar-se no espelho, nós vamos à derrocada”, sentencia, para completar: “precisamos ser doces com os outros, rigorosos conosco mesmos e intransigentes com os valores”.

Em mensagem aos dirigentes sindicais ela concluiu ressaltando a relevância do trabalho de quem luta por meio dos sindicatos. “Vocês são importantes, necessários. A maioria da população brasileira trabalhadora precisa de vocês. Para nos reaproximarmos dos trabalhadores precisamos resgatar a verdadeira solidariedade e o verdadeiro amor como vínculos. Regatar o sentimento de pertencimento social, de valor social. E num processo de autoestima e amor próprio, devolver para o outro o que se quer ganhar para si”.

Imposto sindical

Um debate evidente durante a reunião foi sobre o imposto sindical. Alguns dirigentes avaliam que o enfraquecimento do movimento sindical se dá em grande parte por conta da recente contrareforma trabalhista, que acabou com a obrigação de desconto de um dia de trabalho por ano, de cada trabalhador, em favor dos sindicatos. Já outros sindicalistas consideram o contrário, que o verdadeiro sindicato é aquele que se fortalece autonomamente com contribuições espontâneas de seus filiados, caso do Stiueg, que tem 98% dos trabalhadores de sua base filiados e contribuindo. O Sintfesp também financia a sua luta em defesa dos direitos de servidores do INSS e Ministério da Saúde por meio de recursos da livre contribuição de seus associados.

A reunião do MPT-GO com sindicalistas foi realizada ontem, 21 de maio, no auditório da instituição, no Setor Nova Suíça, em Goiânia.

 

 

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22/05/2018

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