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Aposentadoria: Espera e incertezas

Um tempo mais longo para aposentar e novas mudanças de regras, que podem vir com a reforma da Previdência elaborada pelo governo federal, têm feito com que trabalhadores antecipem o pedido. No País, o número de aposentadorias cresceu 11,7%, no primeiro semestre, em comparação com o ano passado. Antes de completar a pontuação para obter o benefício integral, há quem prefira receber valor menor pelo receio das possíveis alterações.

Requerimentos de aposentadorias por idade e tempo de contribuição somaram 7,5 mil somente em Goiânia no primeiro semestre deste ano, pouco acima do registrado no mesmo período do ano passado, que totalizou 7,4 mil. Porém, o prazo médio entre o agendamento e atendimento nas agências da capital está em 63 dias, enquanto o máximo tido como “ideal” pelo o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) é de 45 dias. E  preocupa pela tendência de aumento da procura.

Segundo explica o gerente-executivo do INSS Goiânia, Ailto Batista Machado, o reflexo das greves ocorridas no ano passado é o fator principal da longa fila. “Trabalhamos com os gestores para abrir novas vagas para que esse tempo caia”, pontua, ao lembrar que a espera média chegou a ser de 30 dias antes das paralisações e ultrapassou três meses durante o período. Segundo ele, há previsão de 40 contratações no Estado para ajudar a solucionar a questão. Sobre essa espera, o Ministério Público Federal em Goiás apura os atrasos e atendimentos represados.

Mesmo com impulso na procura por informações e requerimentos por causa da possível reforma na Previdência, a gerência do INSS em Goiânia acredita na capacidade de atendimento. Machado defende que quando há mudanças nas regras de transição e o direito adquirido de quem já pode aposentar é preservado, por isso não seria necessário uma corrida às agências. “Ainda não há nada definido, depende do Congresso e muitas coisas não são fáceis de passar. E mesmo que saia, há os direitos anteriores”, completa.

Para o professor e arquiteto Roberto Cintra Campos, de 60 anos, o tempo de contribuição (35 anos) e idade o enquadram no Fator 85/95, um alívio diante das incertezas do que pode vir. “Por pouco  teria de trabalhar por mais tempo, por isso deu certo e já dei entrada.” Em maio ele fez o agendamento pela internet e foi atendido ontem, quase dois meses depois. “Era o tempo que eu já esperava mesmo, mas ainda tenho de ver se vou precisar esperar mais”, afirma sobre o prazo até o final do processo.

A advogada e especialista em Direito Previdenciário Tatiana Aires acredita que, pela greve, o tempo é razoável, mas o ideal deveria ser 30 dias. “Inclusive, tinha uma propaganda do governo sobre aposentadoria em 30 minutos, o que sabemos que é muito difícil de acontecer.” Depois do agendamento, que pode ser feito em cinco passos na internet, há cartas de exigências e mais documentações podem ser exigidas, o que faz a espera variar. “A ansiedade e antecipação do pedido de aposentadoria deve ampliar essa espera, porque está tudo em suspenso e gera insegurança.”

 

Site: O Popular


27/07/2016

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