Lançamento ocorreu nesta segunda-feira, 12 de maio, durante seminário que
celebrou o 18 de maio, Dia Nacional da Luta Antimanicomial.
A Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), por iniciativa do deputado Mauro Rubem (PT), promoveu, durante toda a manhã desta segunda-feira, 12, um seminário em alusão ao Dia Nacional da Luta Antimanicomial, celebrado em 18 de maio. O evento reuniu diversas personalidades da área da saúde mental e da sociedade civil para debater o tema e celebrar os avanços na luta por uma sociedade sem manicômios, e denunciar o abandono da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) pelo governo estadual e prefeitura de Goiânia.
A iniciativa foi realizada em construção coletiva com as seguintes entidades e instituições: Sintfesp-Go/To, Sindsaúde/GO, Fórum Goiano de Saúde Mental, Grupo de Pesquisa La Folie, Coletivo Desencuca, Associação dos Usuários dos Serviços de Saúde Mental do Estado de Goiás (AUSSM-GO), Coletivo Liberdade, Sarau (R)Existimos, Jogos Goianos de Saúde Mental e Memória da Saúde Mental em Goiás.
DEUSDET E CAMARADAS
A ocasião também marcou o lançamento do livro “Deusdet e Camaradas”, de Eduardo Sugizaki, que narra a história do movimento antimanicomial em Goiás e relembra a trajetória da ativista Deusdet do Carmo Martins, figura central nesse processo de transformação. Psicóloga do Ministério da Saúde-GO, além de fundadora do Fórum Goiano de Saúde Mental, Deusdet foi também diretora do Sintfesp-Go/To.
Para enriquecer o debate, compuseram a mesa: o vereador por Goiânia Fabrício Rosa (PT); Divinaldo Ferreira Dutra, que é irmão de Deusdet e representou a família; a presidente da Associação de Usuários dos Serviços de Saúde Mental Goiás (AUSSM), Vanete Rezende; a diretora do Sindicato dos Trabalhadores Federais da Saúde e Previdência Social (Sintfesp-GO/TO), Carmem Rodrigues Paulino; a diretora de Articulação Nacional de Educação Popular e Saúde (Anesp), Ivanilde Vieira Batista dos Santos; e a presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde do Estado de Goiás (Sindsaúde/GO), Luzinéia Vieira.
A psicóloga da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Ana Mercedes Bahia Bock, participou da mesa de forma virtual e destacou a importância da data, bem como a figura de Deusdet como símbolo da luta contra o tratamento desumano de pessoas com transtornos mentais. “A loucura era tratada como mal e as pessoas loucas eram maltratadas e desrespeitadas. As pessoas não eram tratadas como humanas. Por isso, avalio que houve e há um avanço significativo”, ressaltou a psicóloga.
Mauro Rubem enfatizou a relevância da iniciativa e o propósito da discussão: “Esse evento é um alerta às autoridades sobre a crise de saúde mental das pessoas. Esse livro resgata uma trajetória e mostra que não é possível resolvermos uma situação na sociedade sem que haja respeito aos direitos humanos”.
O deputado reforçou que o objetivo é chamar a atenção do Poder Público para a ampliação de políticas de atenção à saúde mental, com foco no combate às organizações sociais e no fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS).
Para abrilhantar a manhã, a banda “Fritos da Terra” e a cantora Morgana Santos realizaram apresentações artísticas, com destaque para a declamação do poema “Não Sei”, de Cora Coralina.
DEUSDET: UMA VIDA DEDICADA À LUTA ANTIMANICOMIAL
A servidora do Ministério da Saúde Deusdet do Carmo Martins foi uma das trabalhadoras que atuaram ativamente no processo de fechamento dos manicômios em Goiás. Psicóloga, militante histórica e fundadora do Fórum Goiano de Saúde Mental, esteve na linha de frente da luta por uma sociedade sem manicômios, contribuindo para a implementação dos primeiros Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) de Goiás, das Residências Terapêuticas, do Centro de Convivência Cuca Fresca e do Programa de Atenção Integral ao Louco Infrator (PAILI), programa pioneiro no Brasil que visa garantir o acompanhamento, tratamento e cuidado de pessoas com transtornos mentais que estão em cumprimento de medidas de segurança, dentro da rede do Sistema Único de Saúde (SUS).
O PAILI funciona como um canal de comunicação entre o paciente, a Justiça e os serviços de saúde mental, facilitando o acesso aos cuidados e a supervisão do tratamento. Deusdet foi ainda diretora do Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde e Previdência Social – Sintfesp-Go/To, que sempre apoiou e foi protagonista na luta antimanicomial.
IRMÃ DE VIDA E DE LUTA
Da coordenação do Fórum Goiano de Saúde Mental e dirigente do Sintfesp, Heloiza Massanaro destaca que, para ela, Deusdet Martins foi “uma irmã de vida e de luta, teve um papel central na lei da reforma psiquiátrica, tinha uma sensibilidade incrível, um carinho muito grande pelas usuárias e usuários que de alguma forma atravessaram a vida dela”. Massanaro enfatiza que trazer de volta o espírito, a memória da Deusdet dá forças ao movimento da luta antimanicomial “na reflexão sobre a rede (de atenção psicossocial) que temos agora, e o quanto temos que mudá-la para requalificá-la”.
LUTA COLETIVA
O livro “Deusdet e Camaradas” foi apresentado no evento pelo professor da PUC Goiás, Doutor em História e em Filosofia, Eduardo Sugizaki, responsável pela organização, pesquisa e edição da obra. Durante sua fala, Sugisaki enalteceu o sentido coletivo da luta antimanicomial, representado na trajetória da psicóloga Deusdet Martins, que sempre fez questão de dar protagonismo aos usuários, à militância, aos profissionais de saúde engajados nessa causa. Com o livro, estamos reconhecendo historicamente o papel de liderança e coordenação que a Deusdet sempre teve, mesmo que por princípio, tenha evitado aparecer, destacou o professor.
*com informações da Alego
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