A diretoria colegiada do Sintfesp-Go/To se solidariza com os/as trabalhadores/as rurais sem terra do Acampamento Leonir Orback, do Movimento Sem Terra (MST), no município de Santa Helena-GO, que segundo o Comitê Goiano de Direitos Humanos Dom Tomas Balduino, sofreram ação truculenta e da polícia de Santa Helena-GO. É importante este apoio não apenas pelo problema em si, como se fosse uma especificidade local. Se não formos firmes na denúncia e nas ações, logo os/as trabalhadores/as do INSS e do Ministério da Saúde poderão sofrer este mesmo tipo de violência, já que o governo tem indicado e/ou nomeado centenas de militares para atuarem nestes e em outros órgãos públicos federais. Aliás, no INSS já é certo que em breve teremos a presença de militares trabalhando lá.
Publicamos a seguir a íntegra da nota de repúdio divulgada pelo Comitê:
NOTA DE REPÚDIO
O Comitê de Direitos Humanos Dom Tomás Balduíno, repudia veemente a ação truculenta da polícia de Santa Helena que, na madrugada do dia 08 de junho, segunda-feira, invadiu, sem qualquer ordem legal, o Acampamento Leonir Orback, do Movimento Sem Terra [MST], localizado no município de Santa Helena. A ação se deu em meio a pandemia, ou seja, além de desproporcional ela colocou os/as acampados/as em risco de contaminação.
Sob o argumento de resolver uma causa de guarda familiar, de uma adolescente, a ação se constituiu por meio de um enorme contingente da polícia, incluindo drones e armas, demostrando um evidente ato de abuso de autoridade. O horário da chegada, na madrugada, indica o objetivo dessa ação violenta, ou seja, se fosse para resolver problema de guarda familiar, a ordem deveria ter sido cumprida apenas na casa da companheira, e não em outras casas, não haveria necessidade deste aparato, tampouco de hostilizar, ameaçar, constranger e apontar armas na cabeça de acampados/as [inclusive de uma criança de dez anos].
Ainda que esta violenta ação aparente ser dirigida para um caso de guarda, não há como desvincular esta força autoritária de mais uma tentativa de intimidar, sob ordens de grupos locais, a luta pela transformação da Usina Santa Helena em assentamento da Reforma Agrária. Vale lembrar que é neste mesmo Acampamento que surgiu o processo de criminalização do MST, que levou ao cárcere três militantes do Movimento. Isso tudo evidencia um histórico de repressão e criminalização do Movimento pelo judiciário da região. Os policiais esbravejaram e ameaçaram despejar as famílias, dizendo que aquele latifúndio nunca será um assentamento.
Sabemos que a luta pela Reforma Agrária, sobretudo em regiões de latifúndio, é necessária, por isso repudiamos a truculência da polícia da região, que evidenciou com essa ação, mais uma guerra contra as famílias que estão, de forma legítima, lutando pela reforma agrária e produzindo alimentos sem veneno para as famílias de Santa Helena.
Trata-se, mais uma vez, de uma ação criminosa que integra a violência difundida pelo Estado nacional que institucionalizada a criminalização de movimentos sociais, legitimada pela maioria de governantes da esfera municipal e estadual. O Comitê de Direitos Humanos Dom Tomás, está acompanhando o MST/Goiás, e de forma solidária, se junta na busca dos procedimentos legais que tragam justiça e combata qualquer espécie de violência para quem luta pela terra para viver!
Goiânia, 09 de junho de 2020.
"Direitos Humanos Não se Pede de Joelhos, Exige-se de Pé" (Dom Tomás)
*Clique no anexo a baixe a nota do Comitê Goiano de Direitos Humanos Dom Tomas Balduino.
Baixar arquivo
Boletim Eletrônico, cadastre-se:
Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde e Previdência
Travessa César Baiocchi Sobrinho, Quadra F-19, Lote 10, Setor Sul
CEP 74080-130 - Goiânia - Goiás
(62) 3224-8232 | sintfesp@sintfesp.org.br