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Sintfesp alerta categoria sobre risco, por desconhecimento, de o País eleger um fascista

As centrais sindicais nacionais CUT, Força Sindical, CTB, CSB, Nova Central, Intersindical e CSP Conlutas, que juntas representam quase todos os trabalhadores organizados do País, avaliaram os resultados do primeiro turno das eleições e decidiram convocar a mais ampla mobilização nas suas bases para virar o jogo, derrotar a extrema direita à serviço só dos empresários – que é a candidatura Bolsonaro – e eleger Haddad e Manuela, em defesa da democracia e dos direitos da classe trabalhadora. A pauta que as unifica é a defesa dos direitos e da democracia.

Compreendendo a importância de também se posicionar, deixando claro que não indica voto nesse ou naquele candidato, a diretoria colegiada do Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde e Previdência Social nos Estados de Goiás e Tocantins – Sintfesp-GO/TO decidiu, por unanimidade, em reunião ontem à tarde, fazer campanha aberta de esclarecimento sobre a nociva candidatura de Jair Bolsonaro, que não interessa em nada à classe trabalhadora. Profundo defensor da democracia e dos direitos da classe trabalhadora, o Sintfesp entende que o momento histórico cobra posicionamento de todos e todas que lideram qualquer organização, sob risco de, pela omissão, permitir a eleição de um fascista, racista, misógino e homofóbico.

Para falar sobre o assunto, na manhã desta quarta-feira, 17 de outubro, três diretores do Sintfesp deram entrevista ao programa Antena Ligada, da Rádio do Trabalhador. Diretor de Organização e Política Sindical do Sintfesp-Go/To, Mauro Mota destacou que está claro o divisor de águas entre as candidaturas Fernando Haddad e Jair Bolsonaro. “Bolsonaro diz que os trabalhadores e os sindicatos de trabalhadores estão atrapalhando os empresários. Ora, quem faz o trabalho e produz as riquezas de nosso País são principalmente os operários; esse mesmo candidato também fala que o problema da Previdência Social somos nós, servidores públicos”, ressalta. Mota enfatiza ainda que trabalhadores e trabalhadoras têm que apoiar quem defende os direitos da classe trabalhadora: “Temos que nos unir contra quem afirma que vai destruir nossos direitos”, conclui.

“Para definir o seu voto, você deve olhar o projeto de cada candidato, o seu caminho histórico, observar o que ele defendeu durante toda a sua vida”, e não apenas o discurso que faz agora, avalia a psicóloga e Diretora de Políticas Sociais, Raça, Etnia, Mulher e Saúde do Trabalhador do Sintfesp-Go/To, Heloíza Massanaro. Segundo ela, há claramente um candidato que é contra os direitos de negros, mulheres, homossexuais, pessoas em situação de rua, ciganos, índios. “São todas pessoas humanas, brasileiras, cidadãos que têm direitos!”, ressalta. Massanaro disse ter ficado abismada quando ouviu falar que o candidato ‘capitão’ é contra os direitos trabalhistas de empregadas domésticas. “Juro, achei que era fake news (notícia falsa), mas fui investigar e é verdade, o candidato teve a coragem de votar e deixar claro que votou três vezes contra os direitos das trabalhadoras domésticas, e olha que são direitos mínimos, direito opcional a FGTS, carteira assinada, isso para uma profissional que presta um serviço fundamental para o País”, lamentou.

Também dirigente do sindicato e diretora de Comunicação da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social – CNTSS/CUT, Terezinha Aguiar salienta que “o nosso lado é o lado das trabalhadoras e dos trabalhadores e temos claro que um dos candidatos é maléfico à classe trabalhadora, o que exige de nós responsabilidade em alertar nossos colegas sobre o que significaria a eleição “dele”. Teca, como é conhecida, evidenciou ainda que este mesmo candidato votou a favor da Emenda Constitucional nº 95 (PEC do fim do mundo), que congelou por 20 anos investimentos sociais, e também aprovou a famigerada reforma trabalhista que retirou mais de 100 direitos.

Bolsonaro é Temer

“Bolsonaro apoiou todas as ações do governo Temer, como a política de aumentos abusivos nos preços dos combustíveis, gás de cozinha, a venda do Pré-Sal, a privatização de empresas de energia elétrica, entregando as riquezas de nosso País ao estrangeiro”, denuncia Heloiza Massanaro. Para a diretora do Sintfesp, nós precisamos de um governo que volte a valorizar as nossas riquezas, o trabalho de seu povo, o nosso trabalho, e que governe promovendo justiça social, distribuição de renda, que construa coletivamente a nossa nação, com diálogo e respeito. “Um dos candidatos quer armar a sociedade inteira e abrir uma guerra, isso é inadmissível! Precisamos mudar essa história e construir outra, com dignidade para todos e companheirismo. Nossa população não precisa de bala, e sim de atenção”, defende.

Na avaliação de Heloíza, bandido é quem incita a violência que só gera mais violência. “Solidariedade gera solidariedade, companheirismo gera companheirismo, diálogo gera respeito, e democracia gera desenvolvimento que reconhece os direitos da população”.


Abaixo, resumimos um pouco do que defende cada um dos candidatos. Leia e avalie com atenção e decida seu voto com consciência:

 

FERNANDO HADDAD

  • Defesa da democracia e dos direitos do povo brasileiro
  • Valorização da representação sindical da classe trabalhadora
  • Defesa dos serviços públicos e das estatais
  • Criação de 8 milhões de empregos
  • Defesa dos direitos trabalhistas, da defesa da Previdência Pública e das aposentadorias, defesa da livre organização sindical – em resumo, defesa da pauta da classe trabalhadora
  • A favor dos direitos ambientais
  • Concurso público como um instrumento extremamente importante para o bom desempenho dos serviços.
  • Preservação e aumento dos direitos dos trabalhadores e da sociedade, revogando a Reforma Trabalhista de Michel Temer em todas as suas frentes;
  • Defesa aumento da oferta de empregos formais, decentes, com remuneração digna;
  • Reversão das medidas que trouxeram a carestia e privilegiaram o rentismo em detrimento da vida;
  • Implementação de medidas que trarão de volta o desenvolvimento humano, social e econômico ao Brasil;
  • Reverção do desmonte dos serviços públicos, das privatizações e concessões que estão destruindo o patrimônio de todos os brasileiros;
  • Revogação completa da EC 95 e do congelamento dos gastos públicos por 20 anos;
  • Priorização dos investimentos na saúde, educação, assistência social e outros setores fundamentais para o povo brasileiro;
  • Defesa da soberania brasileira de qualquer ameaça interna ou externa;

 

JAIR BOLSONARO

  • Algumas linhas apenas sobre cada tema, nada profundo.
  • Fala em reduzir o número de ministérios, genericamente (um que seria extinto é o da Ciência e Tecnologia).
  • Ataques aos direitos sociais e trabalhistas
  • Manipula trabalhadores e trabalhadoras contra seus próprios interesses de classe
  • Ameaça à livre organização sindical
  • Privatização dos serviços públicos e das estatais
  • Fim da estabilidade no serviço público
  • Tratar o serviço público como se fosse atividade privada
  • Defesa apenas dos interesses dos patrões, como se os trabalhadores fossem adversários
  • Contra direitos ambientais
  • Defesa do mercado financeiro e das multinacionais, que querem liquidar todas as conquistas e a organização da classe trabalhadora.
  • Votou a favor de todas as medidas do golpista Temer contra os direitos dos trabalhadores e a soberania nacional
  • Apoiou as privatizações a EC 95, a terceirização ilimitada, que acoberta a violência do agro-negócio e do latifúndio contra trabalhadores e trabalhadoras rurais
  • Votou contra os direitos mínimos das trabalhadoras domésticas

 

Como “ele votou” temas de interesse da população

Vale destacar como votou o então deputado federal e agora candidato a presidente Jair Bolsonaro, em proposições de interesse do povo. As informações são do DIAP – Departamento Intersindical de Apoio Parlamentar. Confira:

Reforma Trabalhista
O projeto de lei (PL 6.787/16) do governo do presidente Michel Temer (MDB) foi aprovado, no dia 26 de abril de 2017, com o voto favorável do deputado Jair Bolsonaro no plenário da Câmara dos Deputados, por 296 a 177.

A Reforma Trabalhista, configurada na Lei 13.467/17, entre outros retrocessos nas relações de trabalho, reduziu e/ou retirou direitos dos assalariados, instituiu novas formas de contratação precária, limitou o acesso gratuito à Justiça trabalhista e enfraqueceu a estrutura e a organização sindicais.

 

Teto de Gastos Públicos
O deputado, que na campanha promete resolver graves problemas do Estado brasileiro, não terá condições de fazê-lo, pois ajudou o governo a aprovar, no dia 10 de outubro de 2016, por 366 votos a 111, a PEC 241/16, do governo Temer.

Transformada na Emenda à Constituição (EC) 95/16 congelou por 20 anos as despesas, com revisão em 10, os gastos públicos, incluindo aí saúde, educação, serviço público de forma geral. Por essa regra, o gasto primário do governo federal fica limitado por um teto definido pelo montante gasto do ano anterior reajustados pela inflação acumulada, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Assim, o novo regime fiscal implica em congelamento real das despesas do governo federal, que pressupõe redução do gasto público relativamente ao PIB e ao número de habitantes (devido ao crescimento da população ao longo dos anos).

 

Terceirização geral
A Câmara dos Deputados aprovou, com abstenção do deputado, o que equivale a voto favorável, no dia 22 de março de 2017, por 232 a 188 e 8 abstenções, o PL 4.302/98, que permitiu a terceirização da mão de obra em todas as áreas (atividade-fim e atividade-meio) das empresas.

Foi aprovado substitutivo do Senado para a matéria, que também aumentou de 3 para 6 meses o tempo do trabalho temporário, prazo que pode ser alterado por meio de acordo ou convenção coletiva de trabalho. Enviado à sanção presidencial foi transformado na Lei 13.429/17.

 

Pré-sal
A Câmara dos Deputados aprovou, no dia 5 de outubro de 2016, com voto favorável do deputado, o PL 4.567/16 (PLS 131/15), do senador José Serra (PSDB-SP), que desobrigou a Petrobras de ser a operadora única dos blocos de exploração do pré-sal no regime de partilha de produção. Foram 292 votos a favor e 101 contra. Sancionado, foi transformado na Lei 13.365/16.

A aprovação do PL 4.567/16 trouxe, pelo menos, 3 graves consequências para o País:

1) o fundo social, que destinava 50% do lucro com os royalties do petróleo do pré-sal em investimentos na educação (75%) e saúde (25%), agora tem menos recursos. Já que, atualmente, quem opera com menor custo a exploração do pré-sal é a Petrobras, a US$ 8 o barril. Qualquer outra empresa não faria por menos de US$ 16;

2) menos emprego, pois como operadora única do pré-sal, a Petrobras também faria o planejamento e o desenvolvimento da cadeia nacional de fornecedores, gerando emprego no País; e

3) além disso, a ampliação na produção e exploração geraria mais conhecimento e qualificação da tecnologia de perfuração e produção, num desenvolvimento também da engenharia nacional, fato que não ocorrerá mais para o desenvolvimento do País.

 

DIRETORIA COLEGIADA DO SINTFESP-GO/TO 

 

Goiânia, 17 de outubro de 2018

 

 

Assessoria de Comunicação
Cláudio Marques – MTE 1534

 


17/10/2018

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