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Dieese debate com sindicalistas os desafios da negociação coletiva em tempos de crise

Desmonte das conquistas sociais preocupa o movimento sindical

 

Nada menos que 4,4 milhões de trabalhadores perderam o emprego no último trimestre no Brasil. O dado foi apresentado pela supervisora técnica do Departamento de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos em Goiás (Dieese), Leila Brito, na manhã desta quinta-feira (2), durante a 12ª Jornada Nacional de Debates – Desafios da Negociação Coletiva em Cenário de Crise, realizada no auditório da Federação Interestadual dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino do Brasil Central (Fitrae) e da qual participaram diversos sindicatos e centrais sindicais, entre elas a Central Única dos Trabalhadores (CUT).

 

A taxa de desocupação no Brasil vem crescendo em ritmo intenso desde o último trimestre de 2014, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Desde o último trimestre de 2014, a taxa passou de 6,5% para 10,9% no primeiro trimestre de 2016. Estima-se que o total de trabalhadores desocupados no primeiro trimestre deste ano atingiu o patamar de 11,1 milhões de pessoas, o que representa uma elevação de 4,6 milhões de pessoas desocupadas comparado ao último trimestre de 2014, ou seja, uma elevação de 72% no número de desocupados desde o último trimestre daquele ano.

 

Leila abordou os problemas gerados pela desoneração fiscal, a política de altas taxas de juros – que na sua opinião não está sendo eficiente para combater a inflação – e, claro, desemprego. “As medidas adotadas para equilibrar as contas públicas são recessivas e as que estão sendo adotadas pelo governo interino tendem a piorar esse quadro”, alertou.

 

Para a supervisora do Dieese, a questão chave é a crise política, que provoca o entrave das questões econômicas. “A indústria é o setor mais afetado pela recessão e por isso o que mais demite. É preciso fazer a economia crescer para gerar empregos, criar canais para investimento”, disse. Leila se mostrou preocupada com projetos que estão tramitando no Congresso Nacional, como a desvinculação do gasto mínimo para Saúde e Educação, terceirização e prevalência do negociado sobre o legislado.

 

Desemprego

“Estamos numa encruzilhada muito perigosa para a classe trabalhadora”, disse a economista, acrescentando que, ao contrário da década de 1990, o desemprego atual não é tecnológico. “Estão sendo demitidas as pessoas mais experientes, com mais escolaridade e salários maiores”.

 

Mauro Rubem, presidente da CUT-GO, e Adilson Santos Almeida, do Sindicato dos Eletricitários de Furnas (Sindefurnas), concordaram que é preciso reagir ao “avassalador desmonte das conquistas que conseguimos nos últimos anos e que estão caindo numa rapidez impressionante”. Para ambos, a mídia tradicional foi fundamental para o agravamento da crise.

 

Ligado à Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), José Geraldo de Santana Oliveira salientou que um dos objetivos dessa jornada é reforçar as convergências entre as centrais sindicais, para garantir os direitos da classe trabalhadora. “As políticas sociais não são as que geram a crise”, assinalou.
 

 

Fonte: Maisa Lima, assessora de Comunicação da CUT-GO


03/06/2016

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